Ultimamente a expressão “tá difícil” passou a fazer parte do dia a dia de algumas pessoas, entre elas, me incluo também. Situações que vivenciamos relacionadas a saúde, educação, falta de ética, são algumas das questões que nos leva por alguns momentos a imaginar que tudo está realmente muito difícil, parece não ter saídas.
Mas, sabemos que se pensarmos somente assim, permitindo que o pessimismo tome conta do dia a dia, tudo ficará mais difícil mesmo. O segredo para a busca de saídas, é o que muitos procuram, alguns como agulha perdida no palheiro.
Busca de novos caminhos e ações mesmo que individuais, mas que cooperem para resoluções daquilo que parece impossível, já é um bom início para assumirmos posições em defesa da vida. Isso requer coragem e determinismo entre muitas outras.
Creio que coragem não se ensina, apesar de acreditar que nos movemos com ela e por ela, ou paralisamos com ela e por ela também. Essa questão nos leva a pensar no sentido da vida.
Na semana passada tive uma experiência em um hospital que me levou a refletir acerca dos temas do sofrimento humano, esperança, coragem, e o sentido de vida.
O tempo que fiquei no hospital observando os transeuntes, corajosos e determinados, pensei rapidamente em Victor Frank, que afirma que também mediante a dor, o ser humano procura o sentido de vida. Para ele, Frank, “O homem, pode suportar tudo, menos a falta de sentido.”
Victor Frank vivenciou e observou situações no contexto da guerra (campos de concentração na época da segunda guerra mundial, de 1942-1945), observando como as pessoas reagiam diante dos limites da vida.
Disfarçando minhas lágrimas, e pura falta de coragem em levantar meu rosto, lembrei das palavras: “Deus é o parceiro de nossos mais íntimos diálogos conosco mesmos”. Rapidamente falei pra Deus:
Tá difícil, mas não impossível!
Ajuda-me Senhor. Ajuda-me a ajudar outros também.
Mal sabia que naquele dia, aqueles transeuntes iriam me ajudar na minha falta de coragem.
Abraço fraterno, com um pouco mais de coragem pra hoje.